Trabalhei 10 anos em agências de publicidade como redator criativo e roteirista. Gyselle trabalhou por mais de 15 anos no varejo como gerente de vendas. Trabalhamos em grandes empresas, participamos de reuniões importantes, lidamos com investimentos altos e fomos bem remunerados por desempenhar nossas funções. Tínhamos sucesso profissional, mas não éramos realizados e foi Deus que nos fez perceber isso. O Senhor mudou radicalmente nossa trajetória quando por Sua graça plantou em nossos corações a certeza de servi-lo no ministério, especificamente no campo missionário transcultural.
Quando soubemos disso, nos perguntamos “Ok, mas e agora? Como?”, uma vez que naquela época, ainda como redator e Gy como gerente, não tínhamos a menor noção de como abandonar nossas carreiras e não passar fome, simplesmente era uma daquelas sensações que “à olho nu” não enxergávamos nada, contudo, a certeza permanecia lá e a convicção só aumentava e devastava com tudo o que pudesse competir com o propósito. Pessoalmente, em um determinado momento, me sentia tão consumido pelo desejo de viver para Deus que praticamente não conseguia ir para o trabalho.
A Gy viveu a mesma experiência. Bom, não preciso dizer que Deus cuidou de tudo e tornou bem diante de nós o que era impossível em possível e Ele fez isso, como sempre, magistralmente, nos modelando, reconstruindo em nós os valores certos que precisaríamos ter antes de partir para o campo. A foto abaixo mostra uma pequena-grande parte de ato magistral do Senhor em nossas vidas, a época em que tivemos o privilégio de trabalhar como camelôs na avenida Paulista. Saímos de ambientes muito chics para ocuparmos a rua, deixamos o convívio glamuroso da publicidade e da moda para conhecer e se envolver com os mais variados tipos de gente. Deixamos de apenas “fazer o job” para entender toda a dificuldade da linha de produção, incluindo a batalha financeira, o fim do dia sem nada no caixa, o monta e desmonta da mesinha com os produtos. Tudo isso foi muito difícil.
Com toda certeza, trabalhamos muito mais do que quando empregados, viramos noite, tiramos dinheiro do próprio bolso e tivemos muitas frustrações, mas nada nos tirava a alegria do coração, pois sabíamos que já estávamos na estrada rumo ao serviço, ao campo. Já passamos dessa fase e o Senhor nos fez avançar um pouco mais (escrevo isso em 2020) em nossa preparação para o campo missionário. Louvado seja Deus por tão preciosas lições.