Luiz & Juquinha (2019)

Este foi o dia em que convencemos o Luiz a nos entregar o Juca.

Esse é o Luiz, o cachorrinho é o Juca. Conheci os dois no dia da Ação Missionário da IPVM. Abordei o Luiz, que estava com uma caixa de bombons em uma das mãos e na outra estava o Juca. Perguntei se ele teria um tempo e logo oferecia a ele os serviços que estavam sendo prestados na igreja. Ele me disse que até gostaria, mas que não poderia entrar com o Juca. E eu perguntei pra ele “Por que não? Quem disse que não pode?”. Tomei o Juca da mão dele e o encaminhei para a igreja. Entramos os três e enquanto o Luiz era atendido, nós ficamos com o Juca no pátio da IPVM.

Nós devemos entender que cuidar do cachorrinho do Luiz não é missão, é testemunho da igreja com o mandato cultural que nos foi dado por Deus. Evangelizar o Luiz é a missão da Igreja. As duas coisas podem – e foram – feitas ao mesmo tempo naquele momento. Se não entendemos esses conceitos e suas práticas, podemos correr o risco de deixar ao relento aqueles a quem teríamos a chance de abençoar.

Enfim, voltando ao Luiz… Daquele momento em diante eu comecei um relacionamento com aquele menino, disse a ele que iria ajudá-lo se ele quisesse e ele disse que queria. O primeiro passo que fizemos foi fazê-lo entender que ele precisava deixar que nós cuidássemos do Juca, pois ele não tinha naquele momento como cuidar do bichinho. O Luiz concordou e nós conseguimos uma família adotante para o Juca, que hoje é um cachorrinho feliz e saudável graças a Deus. Naquele mesmo dia nós conseguimos que o Luiz não dormisse mais nas ruas, conseguimos um albergue para ele como primeiro passo. Daquele momento em diante, comecei uma caminhada de discipulado com o Luiz, levando ele a igreja, fornecendo a ele roupas novas, comida, material de higiene e oportunidades. Irmãos da IPVM chegaram a nos convidar para almoçar junto com o Luiz para que ele se sentisse abraçado. Caminhamos dessa forma por uns 5 meses.

O Luiz era viciado em cachaça e jogos de azar, em nossas caminhadas onde eu ministrava a ele o Evangelho, sempre o exortava com relação a esses vícios e o fazia enxergar o contraste entre os malefícios dos seus vícios e as oportunidades que o amor de Deus estava dando a ele. Certo dia, disse a ele que havia conseguido um lugar para ele morar e se tratar melhor do que o albergue onde ele estava, disse que a IPVM iria apoiá-lo e investir inclusive financeiramente na vida dele, mas o Luiz não quis se afastar da cidade de São Paulo. Caminhamos mais um pouco até que certo domingo ele apareceu para o culto sujo e embriagado, isso porque na noite anterior havia conseguido algum dinheiro e se esbaldado na bebida e na imundice da rua. Nós assistimos ao culto e ao final eu o exortei com firmeza dando a ele a dimensão do seu erro e do seu desrespeito pela santidade de Deus, daquele dia em dia nunca mais vi o Luiz. Que a graça do Senhor permaneça com ele, levando-o ao reconhecimento dos seus erros e produzindo a liberdade que somente Cristo aplicar ao pecador.

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